“Peço ajuda aos gregos da Antiguidade para explicar melhor. Eles distinguiam dois tipos de tempo: o cronos e o cairós. O primeiro é o tempo efetivamente medido, aquele do relógio e da rotina. O segundo é o tempo vivido, que, diferentemente do cronos, não se mede pelo tamanho, mas pela intensidade. É como se os ponteiros de hora, minuto e segundo parassem e mergulhássemos num túnel fora da Terra. Quando entramos nas portas infinitas do tempo cairós, o cronos fica sem importância. Como num reencontro de dia inteiro com amigos queridos, que há muito não víamos, podemos dizer: "Nem percebi que passou o tempo e já está na hora de ir para casa..." Sinal de que a atividade realmente foi boa e pudemos nos entregar ao cairós vivido, valorizado, partilhado.“ (Fonte: Revista Nova Escola, n. 223, jun. 2009.)
Refletindo nesse texto de Fernando José de Almeida, pude perceber o quanto nós somos escravos do cronos, tudo o que fazemos tem hora para começar e terminar, e geralmente começamos já olhando para o relógio à espera de acabar, pois já tem outra atividade programada e com hora marcada, então acabamos por não aproveitar o que estamos fazendo, tornamos artificiais os momentos que poderiam ser desfrutados com muita alegria e significado.
Desejo que a correria da vida não nos aprisione de forma que não encontremos significado em nossas atividades, por mais rotineiras que sejam, precisamos transformar nossas atividades programadas pelo cronos em algo tão intenso a ponto de não deixar que este a controle e perca todo o valor que poderia existir, a cada dia que acordamos devemos nos motivar a transformar nossos deveres direcionados pelo cronos em satisfação promovida pelo cairós.
É hora de dar mais significado ao nosso acordar, trabalhar, relacionar... Chega de sermos escravos dos ponteiros do relógio e vivamos com liberdade e intensidade, em cada momento, pois eu realmente acredito que o cronos e o cairós podem andar juntos.
May adoro seus textos, obrigada
ResponderExcluirÉ hora de dar mais significado ao nosso acordar, trabalhar, RELACIONAR... Chega de sermos escravos dos ponteiros do relógio e vivamos com liberdade e intensidade
precisava disso
beijo grandee